quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Um carrossel de sabores

(Artigo escrito para o jornal O Lírio, a ser publicado em 13/12/2008.)

Ao cruzarem as portas do Cetreino a 12 de setembro de 2008, na cidade de Carpina, Pernambuco, comitivas de nove Bethéis traziam na bagagem critérios diferentes de avaliação os quais amedrontavam. A expectativa pairava no ar, os olhares percorriam o local roxo e branco. Ao ser pisado pela primeira vez, o "tapete da fama" acendeu-se e iluminou o ambiente festivo durante três dias e duas noites.

A abertura do II Congresso Pernambucano da Ordem Internacional das Filhas de Jó deu-se com muita emoção. Idealizada por mestres-cuca até então amadores, contou com ingredientes básicos testados muitas vezes anteriormente: receptividade, sorrisos e (in)segurança - todos em grande quantidade. Contudo, a entrada tinha algo diferente, inovador, encantador. E foi justamente esse toque mágico que conquistou os especialistas gastronômicos. O segredo? Simplicidade em doses generosas, derretida em banho-maria e misturada com bastante criatividade.

Em tempo: esse segredo fez-se presente em todos os pratos servidos.

O prato principal não deixou a desejar. Após ser anunciado, cada componente teve seu momento exclusivo para ser apresentado e devidamente apreciado. Primeiramente, a chefe de cozinha convidada, Marília, mostrou aos críticos a receita da convivência, sua mais conhecida iguaria. Formada em psicologia, deu dicas de como preparar tal manjar saboroso, além de mostrar o ponto certo para um consumo prazeroso. Após aplausos, mais dois acompanhamentos foram então postos na mesa, de acordo com o gosto do freguês. Aos mais jovens e, portanto, defensores de comidas energéticas, foi servida uma gincana regada de muita diversão e alegria, com uma pitada de conhecimento e espírito esportivo. Os comentários sobre o item foram unânimes: interessante maneira de fortalecer idéias ritualísticas, de propiciar união e extasiar o consumidor. Os de maior tempo de prática, no entanto, optaram por uma coisa mais light que saciasse sua fome sem causar indisposições posteriores. Para atingir tal objetivo, nada melhor que um exercício relaxante seguido de troca de experiências, balanços e decisões. Mas esses eram só os acompanhamentos, o melhor estava por vir.

Uma perfeita combinação bem aquecida pelo método mais simples: calor humano em uma temperatura bem elevada. Não, caros leitores, não era feijão e arroz, mas uma casadinha de Posse do Bethel Jurisdicional - tendo como Guardiã a tia Rita de Cássia do Bethel #03 Caruaru, e como Guardião Associado o tio Antônio Jr. - e Homenagem ao aniversário de 14 anos do Bethel #01 Recife, organizador do evento. Aliás, é importante frisar que um de nossos chefes, Sandro Monteiro, mais conhecido como tio Gordinho, recebeu o cargo de Guardião de Relações Fraternais do BJ. Os efeitos colaterais do prato foram imediatos. Nenhum médico foi chamado, mas incontáveis pacotes de guardanapo foram usados para enxugar as incessantes lágrimas que deram o ar de sua graça nos rostos ali presentes. A posse tão esperada foi finalmente realizada brilhantemente. E, claro, o sabor mais marcante foi um vídeo repleto de depoimentos de figuras marcantes, ainda ativas ou não, para o Pioneiras do Amanhã, além de palavras escolhidas a dedo pela cozinheira Laura Camello.

Sobremesas várias. Uma delas foi a confraternização criada por Laila Almeida, *Elis França e seus vários auxiliares de cozinha. Uma bem dançante e deliciosa (foto). O toque musical foi dado por Antônio Gomes. Empanturrados (com o perdão da palavra), nossos queridos peritos recolheram-se aos seus aposentos e retornaram algumas horas mais tarde para as últimas degustações: emoção, lágrimas, depoimentos, fotos, paródias, coreografias, agradecimentos, palavras finais. Uf!

Quando pequena, minha mãe ensinou-me a orar após as refeições, a agradecer a Deus por tudo o que tenho. Bem, parece-me que se trata de uma atitude-padrão. Todos ali presentes oraram e choraram juntos. De mãos dadas, olhos fechados e cabeças baixas: "...O pão nosso de cada dia nos dai hoje...". A corrente foi passada. Parafraseando a então Honorável Rainha Patrícia Lira, "fim".
(*) Uma batida de malhete: significa que uma Ordem dos Trabalhos foi finalizada.
Amém!

*Elizabeth (com 'Z') Vinagrete Taylor, Elis para os íntimos.

LC.